A alta competitividade no mundo dos negócios tem levado organizações a uma disputa agressiva por profi ssionais de alto talento. Essa disputa tem gerado debates, tanto no âmbito organizacional quanto no âmbito acadêmico, sobre como defi nir o fenômeno e acessar sua ocorrência na população. Neste estudo revisou-se a literatura referente à conceituação de talento, e formulou-se uma defi nição mensurável do construto, extensiva a diversos contextos organizacionais. Elaborou-se um conjunto de itens referentes a três dimensões do talento: qualidade, velocidade e autonomia na realização do trabalho. Em seguida, buscaram-se evidências de validade e precisão da medida elaborada. Participaram do teste empírico do instrumento 308 profi ssionais ativos no mercado de trabalho, 61% homens, em média 35,1 anos de ida- de. Os participantes responderam um questionário contendo 20 itens referentes ao talento, uma escala de personalidade no modelo dos cinco grandes fatores e questões sobre experiência profi ssional. Análises exploratórias e confi rmatórias, em acordo com a defi nição do construto, corroboraram a estrutura de três fatores do instrumento. Os índices de precisão de todas as dimensões foram satisfatórios, coefi - cientes alfa superiores a 0,80. As correlações observadas entre os fatores do talento, de personalidade e experiência profi ssional fornecem adequadas evidências de validade para o instrumento. Pessoas com altos níveis de talento apresentam escores altos em conscienciosidade, foram promovidas mais frequen- temente, e receberam ofertas de trabalho de outras empresas. Discutem-se as possibilidades de uso do instrumento na área acadêmica e em situações aplicadas.
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Oliveira, M. Z., Natividade, J. C., & Gomes, W. B. (2013). A medida do talento: evidências de validade de uma escala para aferir talento em organizações. Temas Em Psicologia, 21(2), 419–437. https://doi.org/10.9788/tp2013.2-10
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