Um estudo seccional foi conduzido entre cirurgiões-dentistas do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, com o objetivo de identificar fatores associados à disposição para o atendimento odontológico de portadores do HIV/AIDS. Questionários foram distribuídos aos participantes em seu local de trabalho. Um total de 140/345 (41,0%) dentistas selecionados participaram do estudo. A prevalência de disposição para o atendimento foi de 55,0%. Resultados ajustados pela regressão logística múltipla mostraram que a disposição para o atendimento foi significativamente associada a ter percepção correta sobre o risco ocupacional (OR = 4,8; IC95%: 1,32-18,04), conhecer protocolo pós-exposição ocupacional (OR = 4,5; IC95%: 1,61-13,07), ter atitudes positivas frente à epidemia (OR = 3,2; IC95%: 1,37-7,45), ter experiência profissional com paciente portador de HIV/AIDS (OR = 3,0; IC95%: 1,30-7,19) e ser contra o exame diagnóstico compulsório anti-HIV de pacientes (OR = 2,3; IC95%: 0,96-5,40). Dentistas que tiveram acidente perfurocortante apresentaram menor disposição para o atendimento (OR = 0,4; IC95%: 0,15-0,85). Estes resultados mostram que o medo do contágio é a principal fonte de ansiedade para os trabalhadores da saúde com relação ao atendimento de pacientes com HIV/AIDS.A cross-sectional study was conducted among dentists in the Unified National Health System (SUS) in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, to identify factors associated with their willingness to treat HIV/AIDS patients. Questionnaires were distributed at the participant's workplace. Some 140 out of 345 selected dentists (41.0%) participated. Prevalence of willingness to treat was 55.0%. Results adjusted by multiple logistic regression showed that willingness to treat was significantly associated with a realistic perception of occupational risk (OR = 4.8; 95%CI: 1.32-18.04), knowledge of the exposure protocol (OR = 4.5; 95%CI: 1.61-13.07), positive attitudes towards dealing with the epidemic (OR = 3.2; 95%CI: 1.37-7.45), previous professional experience with HIV/AIDS patients (OR = 3.0; 95%CI: 1.30-7.19), and opposition to compulsory testing of patients for HIV (OR = 2.3; 95%CI: 0.96-5.40). Dentists with prior accidental exposure to potentially contaminated material showed less willingness to treat (OR = 0.4; 95%CI: 0.15-0.85). Fear of contamination was the main source of anxiety for health workers dealing with HIV/ AIDS patients.
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Senna, M. I. B., Guimarães, M. D. C., & Pordeus, I. A. (2005). Atendimento odontológico de portadores de HIV/AIDS: fatores associados à disposição de cirurgiões-dentistas do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 21(1), 217–225. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2005000100024
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