Esse artigo é uma reflexão que discute o papel da educação científica na crise da verdade. No alicerce da teoria freireana, a partir do conceito de educação bancária, são discutidas as implicações de uma postura pedagógica antidialógica e de um discurso científico autoritário na educação popular. O texto argumenta que essas posturas estão no cerne do insucesso da ciência em incluir seus discursos na disputa dos regimes de verdade que se estabelecem na vida comum. Partindo desse diagnóstico, argumenta-se pela necessária desmonumentalização da Ciência na educação em ciências. Nessa tarefa são mobilizados alguns conceitos dos estudos sociais da ciência e das epistemologias do Sul. Por fim, o artigo sustenta algumas alternativas para enfrentar a crise da verdade e da desinformação a partir da educação problematizadora dialógica de Freire, da Ecologia dos Saberes e da Tradução Intercultural, de Boaventura de Souza Santos, e da busca da construção de um Mundo Comum como preconizado por Bruno Latour.
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Barcellos, M. (2020). Ciência não autoritária em tempos de pós-verdade. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 37(3), 1496–1525. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2020v37n3p1496
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