Foi realizada a reconstrução da história de denudação e evolução tectônica da margem continental do nordeste brasileiro na região do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá, usando a termocronologia por traços de fissão em apatita e a modelagem da história térmica. O rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá é um sistema continental de meio-grabens do Cretáceo Inferior, separado por altos do embasamento e evoluiu como um rifte abortado durante a ruptura do Gondwana e a abertura do Atlântico Sul. As idades traços de fissão em apatita variam de 336 ± 51 a 140 ± 14 Ma, o que implica uma história prolongada de denudação espacialmente variável desde o Cambriano a taxas relativamente baixas (<50 m My-1). Foram observados dois blocos tectônicos com resfriamento diferenciado no Fanerozoico. Esses blocos são limitados pelo sistema de falhas do Rio Vaza-Barris. O bloco sul sofreu um primeiro episódio de resfriamento com paleotemperaturas máximas do Cambriano-Ordoviciano, responsável pela erosão de 1600 a 2800 m de espessura. O bloco localizado a norte do Rio Vaza-Barris experimentou um episódio de resfriamento com máxima paleotemperatura do Permiano-Triássico, e é responsável por uma erosão de 1600 a 3400 m de espessura. Após um primeiro episódio de resfriamento, que variou ao sul e ao norte do Rio Vaza-Barris, os resultados indicam que, o aquecimento regional que se iniciou no Cretáceo resultou no soerguimento e erosão da atual margem continental. A área inteira sofreu um episódio de resfriamento tardio durante o Cenozoico, tendo registrado uma taxa média de erosão de 15 m My-1, resultando em uma sessão erodida de cerca de 1400 m.
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JELINEK, A. R., CORRÊA-GOMES, L. C., & BICCA, M. M. (2020). Evolução termotectônica fanerozoica da margem continental na área do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá. Pesquisas Em Geociências, 47(1). https://doi.org/10.22456/1807-9806.101330
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