Este texto questiona o aparente tecnicismo que envolve as prescrições de natureza gerencial e meramente administrativa da ação pública (análise endógena e linear) e ressalta a importância da identificação dos referenciais teórico-metodológicos das ciências sociais que apontam diferentes significados para os conceitos relacionados com as políticas públicas – política, Estado (em suas diversas formas) e sociedade – bem como os diferentes métodos para sua análise. Após uma visão panorâmica, ainda que superficial, dos diferentes caminhos presentes no debate entre os estudiosos do tema, este trabalho enfoca o método dialético que está na base do pensamento crítico sobre as concepções acerca da decisão e intervenção públicas, e as possibilidades de diálogo com tendências renovadoras do método comparado com seu enfoque seqüencial e processual O papel do analista nesta perspectiva complexa e não linear de análise é avaliar o papel dos atores políticos e das estruturas e instituições nesse ciclo e confrontar o discurso, o programa de ação governamental e os impactos objetivos (nas condições de vida e trabalho dos beneficiários) e subjetivos na realidade vista em sua totalidade, isto é, a política pública sempre será analisada dentro de um campo de relações complexas e contraditórias entre forças sociais presentes na sociedade e que perpassam o Estado em contextos determinados.
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Tanezini, T. C. Z. (2009). Parâmetros teóricos e metodológicos para análise de políticas sociais. SER Social, (14), 13–44. https://doi.org/10.26512/ser_social.v0i14.12937
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