O presente estudo visa entender quais foram as práticas educacionais e pedagógicas em relação ao autismo, no período do higienismo no Brasil, um tempo em que a nosologia não empregava este termo. Como o conceito de autismo não era utilizado, o estudo elege por referência peculiaridades de algumas crianças e jovens com autismo, tais como a inquietação, a incomunicabilidade e a deficiência intelectual. Este texto adota como lócus de estudo o Pavilhão Escola Bourneville para crianças anormais, situado no Hospício Nacional de Alienados do Rio de Janeiro. O objetivo central é analisar como, historicamente, foram se constituindo as práticas educativas e pedagógicas de exclusão escolar em relação às crianças e jovens, no início do século XX, no Brasil. A organização e análise das informações foi feita à luz do aporte teórico em Boaventura de Sousa Santos e na abordagem histórico-cultural. A revisão de literatura foi utilizada e o trabalho de tradução serviu como análise da metodologia da pesquisa. Como categoria de análise, o estudo se deteve nas práticas do que foi feito enquanto tratamento, bem como na orientação de práticas aos docentes no Pavilhão Escola Bourneville. Neste estudo foi possível averiguar como tratamento e educação, a tradução dos procedimentos utilizados na Europa, como forma de razão metonímica e a pouca referência aos processos psíquicos superiores.
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Monticelli, F. F. (2022). Práticas educacionais realizadas no Pavilhão Escola Bourneville: um estudo por meio da Sociologia das Ausências em relação ao autismo. Revista Educação Especial. https://doi.org/10.5902/1984686x65972
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