Este trabalho é resultado parcial da pesquisa que venho realizando no âmbito do Doutorado em Saúde Coletiva no IMS-UERJ. A partir de observação participante em espaços militantes, meu objetivo central é investigar os usos da "visibilidade" pelo ativismo de travestis e transexuais como ferramenta política na luta por reconhecimento social. No campo, repetia-se a ideia de que travestis e transexuais, ao contrário de gays e lésbicas, não teriam como ocultar o estigma e consequentemente sofreriam mais preconceito. Mas seria o estigma das experiências trans automaticamente visível? Podemos falar em um "armário trans"? Creio que o melhor caminho para se ex- plorar o "armário trans" é pelas situações de "sair do armário" ou de "outing", termos utilizados por meus/minhas informantes. "Sair do armário", para essas pessoas, teria dois sentidos distintos: (i) iniciar as transformações corporais e (ii) revelar-se "trans" durante uma interação social. Além dessas situações, algumas cenas de atos públicos do "movimento trans" sugerem que a evidência do estigma trans não é imediata. Nesse sentido, proponho uma discussão em torno dos sentidos desse "armário trans". Passando pelas respostas de diversas instituições modernas envolvidas na manutenção/produção da "incomensurabilidade dos sexos", para usar um termo de Thomas Laqueur, forja-se um jogo de tensões entre sistemas de visibilidade, de conhecimento e de poder. Re- visitando as considerações de Sedgwick, em sua "Epistemologia do Armário", percebemos que conjuntamente com as díades segredo/revelação e privado/público, mais claramente condensadas nas metáforas do "armário", uma crise de definição marca outras díades fundamentais para a organização cultural moderna: masculino/fem- inino, maioria/minoria, inocência/iniciação, natural/artificial, novo/velho, crescimento/decadência, urbano/provinciano, saúde/doença, igual/diferente, cognição/paranoia, arte/kitsch, sinceridade/sentimentalidade e voluntarismo/de- pendência. Nesse sentido, instituições como a medicina, a religião, a justiça, o sistema educacional, entre outras, se apresentam ativamente na carpintaria do armário, dando sentido às diferentes díades da crise epistemológica da modernidade. Mas não sem resistência. Transgender people deserve representation in population-based research, particularly health research, whether the research is programmatic or academic. Unfortunately, the existing academic literature includes very little about the particular health burdens and risks experienced by transgender people, such as institutional or interpersonal anti-transgender discrimination. While several anti-transgender biases are manifest in the published literature,
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Authors, V. (2013). Oral Presentations. Psychology, Community & Health, 2(2), 58–197. https://doi.org/10.5964/pch.v2i2.70
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