Os cientistas e os educadores trabalham com base num referencial, o paradigma, para lidar com os problemas que enfrentam em suas atividades profissionais. Com esse entendimento, objetivamos com esse artigo empregar uma reflexão sobre a transição de paradigma na ciência e na educação com o intuito de oferecer uma possível contribuição para a formação inicial de professores, nos valendo de conceitos utilizados por Thomas Kuhn para descrever o desenvolvimento da ciência como: paradigma, ciência normal, anomalia, crise, revolução científica e incomensurabilidade. Evidenciamos o esgotamento do paradigma da racionalidade técnica devido à supervalorização dos conhecimentos eurocentrados, de base ocidental, em detrimento dos saberes práticos e das culturas populares silenciadas; a insuficiência da racionalidade prática no que se refere a garantir a integração entre teoria e prática na ação formativa dos discentes; e apontamos com base em resultados de estudos realizados por pesquisadores latino-americanos a emergência de novas epistemes historicamente ignoradas como alternativa à descolonização dos currículos nos cursos de formação de professores. Por todas essas demandas, a formação de professores se encontra numa fase de transição de paradigmas onde diferentes racionalidades resistem no processo de construção do conhecimento e na organização do ensino e nas práticas educativas.
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Oliveira, A. P. de. (2017). A transição de paradigma na ciência e na educação: uma possível contribuição de Thomas Kuhn para a formação inicial de professores. Educação Em Perspectiva, 8(1), 106–121. https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v8i1.682
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