Ferri (1955) publicou um trabalho experimental de ecologia comparando o cerrado com a caatinga, após uma série de estudos sobre o balanço de água em ambas as floras. O resultado interessantíssimo a que chegou, é, muito resumidamente, o seguinte: A flora arbustiva e arbórea do cerrado não reduz a transpiração e possui folhas com estrutura predominantemente xeromorfa, enquanto na caatinga, a diminuição da perda de água é muito eficiente em folhas de um xeromorfis- mo pouco desenvolvido e, portanto, aparentemente menos protegidas . Partindo destas observações, elaboramos uma hipótese (Arens, 1958) sobre as causas do xeromorfismo e chegamos à conclusão de que não precisa haver necessariamente uma cor- relação entre a estrutura morfològico-anatômica das folhas e o xerofitismo. Admitimos que a estrutura foliar depende, de um lado do genoma, e do outro de fato res metabólicos. Segun- do éste conceito, existem vários fatôres causadores do xeromorfismo. Pode ser falta de água, de sais minerais, etc., que causam os característicos xeromorfos. A hipótese explica que pode existir uma vegetação de higrófitos com folhas xeromor- fas. Resolvemos também modificar a terminologia, chamando de escleromorfismo o que até então recebia o nome de xero- morfismo e distinguimos entre escleromorfismo oligotrófico.
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Arens, K. (1958). O Cerrado como Vegetação Oligotrófica. Boletim Da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo. Botânica, 15(0), 59. https://doi.org/10.11606/issn.2318-5988.v15i0p59-77
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