O presente trabalho, de abordagem qualitativa, apresenta como objetivo compreender as implicações sociais e afetivas de mulheres com perda urinária, que frequentam uma unidade de Atenção Primária de Saúde e não possuem nenhuma perspectiva de tratamento nesse nível de assistência. A técnica utilizada para a coleta das opiniões foi a entrevista semi-estruturada e o método utilizado foi a análise de conteúdo. O cenário do estudo foi uma Unidade Regional de Saúde, localizada no município de Serra/ES. As entrevistadas foram mulheres com queixa de perda urinária que se encontravam na Unidade de Saúde para atendimento médico, totalizando 11 entrevistas. Os resultados apontam que as mulheres acreditam que a perda urinária tem solução, apesar de desconhecerem os tratamentos conservadores; expressam descrença nos médicos e no sistema de saúde, relataram temor pela cirurgia e pela progressão do quadro. Também emergiram relatos sobre restrições, ajustes de comportamento e limitação na convivência social como estratégias para conviver com a perda. Nesse sentido, verifica-se que há necessidade de atendimento deste agravo nas Unidades Primárias de Saúde e de um diálogo mais aberto e acolhedor dos profissionais de saúde nesse nível de atenção. Seria importante amparar e cuidar dessas pacientes nesse nível de assistência a fim de evitar sobrecarga no nível terciário de saúde e minimizar os gastos com internações, medicamentos e cirurgias.Palavras-chave: incontinência urinária, saúde da mulher, atenção primária, Sistema Único de Saúde.
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De Brito, F. A., & Gentilli, R. de M. L. (2017). Desatenção í mulher incontinente na atenção primária de saúde no SUS. Fisioterapia Brasil, 18(2), 205–213. https://doi.org/10.33233/fb.v18i2.799
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