O estudo analisou o grau de associação entre diferentes níveis de impacto da seca e a percepção de bem-estar psicológico em agricultores familiares do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Participaram 198 agricultores (104 do sexo masculino e 88 do sexo feminino), com idade entre 18 e 77 anos (M=44,38; DP=10,04). Como instrumentos, foram utilizados o Questionário de Saúde Geral com 12 itens (QSG12) e uma escala ad hoc para avaliar os impactos da seca na família nos seguintes aspectos: financeiro/endividamento, psicológico, lazer, vestuário, sono, estudos, relacionamento familiar e rotina familiar. Análises de ANOVA indicaram que existe um efeito significativo da seca no bem-estar, confirmando a hipótese para este estudo, ou seja, de que à medida que aumentaria o impacto do desastre aumentaria a percepção negativa de bem-estar psicológico na população estudada. No entanto, a diferença entre as médias de bem-estar do grupo de baixo e alto impacto da seca demonstrou que o desastre necessita causar alto impacto na família para que de fato exerça influência significativa sobre o bem-estar. Análises de Regressão Linear indicaram que impacto da seca no vestuário e a renda são as variáveis que mais contribuem para a percepção negativa de bem-estar. Conclui-se que não é o desastre em si, mas os recursos de que os agricultores familiares dispõem para enfrentá-lo que irão determinar a gravidade dos seus impactos quanto a influência da seca no bem-estar psicológico.(AU).
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Favero, E., & Sarriera, J. C. (2014). Impactos da seca no bem-estar psicológicode agricultores familiares do sul do Brasil. Temas Em Psicologia, 22(4), 809–822. https://doi.org/10.9788/tp2014.4-11
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