A visita de criança em unidade de terapia intensiva (UTI) adulto suscita diferen-tes opiniões entre os membros da equipe de saúde, pois, ainda hoje, é um campo repleto de mitos e controvérsias. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, (1) é considerada criança a pes-soa menor de 12 anos, e adolescente quem tem entre 12 e 18 anos. A maioria dos hospitais faz referência em seus regulamentos sobre permissão de entrada apenas de adolescentes, mas percebe-se que alguns profissionais em seus plantões mostram-se mais sensíveis a essa questão e acabam permitindo que crianças entrem para ver seu ente querido. Tal atitude nem sempre é bem vista por outros membros da equipe, que podem argumentar que: a criança fica exposta a infecção hospitalar, que esta pode ficar traumatizada e descompensar emocionalmente (2-7) e que ela não tem ca-pacidade de entender a doença e nem a morte. Tais argumentos podem ser plausíveis, mas não devem servir como obstáculo à entrada da criança na UTI adulto, pois elimina a possibilidade de enfrentamento de uma situação real e concreta que irrompeu no seio familiar com a internação de um de seus membros na UTI. (8) Além disso, estudiosos da psicologia infantil vêm enfatizando a capacidade cognitiva, intelectual, afetiva e emocional da criança, des-mistificando a idéia de que esta não sabe lidar com a dor e sofrimento. Visitando o paciente crítico, a criança participa da realidade da família durante a internação, e consegue entender as mudanças na rotina e de comportamento de seus familiares. (7)
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Borges, K. M. K., Genaro, L. T., & Monteiro, M. C. (2010). Visita de crianças em unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 22(3), 300–304. https://doi.org/10.1590/s0103-507x2010000300013
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