Após o caso do dentista americano que contaminou seis de seus pacientes com HIV, surgiu grande preocupação acerca de trabalhadores da saúde HIV-positivos. Essa preocupação, embora razoável quando conduzida de forma a incluir também normas de proteção contra outros patógenos mais contagiosos que o HIV, tende a ser segregante e confusa, obscurecida pela representação social estigmatizante da doença. O artigo traz argumentos demonstrando a inexistência de motivos para impedimento compulsório do trabalho dos trabalhadores da saúde portadores, mas enfatiza a necessidade de comportamento responsável por parte dos infectados, que devem se abster de participar de procedimentos propensos à exposição. Essa responsabilidade, por sua vez, só funcionará em contexto de não segregação. Se ocorrer acidente, profilaxia com anti-retrovirais e imunização (ativa e passiva) contra hepatite “B” deve ser considerada para o paciente exposto. São oferecidas bases para construção de postura melhor informada e mais aberta aos desafios trazidos pela epidemia de HIV/AIDS.
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CAMPOS, M. A. (1999). O trabalhador da saúde portador do HIV: lições para biossegurança e ética. Revista Da Associação Médica Brasileira, 45(2). https://doi.org/10.1590/s0104-42301999000200013
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