Como se sabe (Martins, 2012), a contabilidade é com-posta por três conjuntos: o patrimonial puro, o econômico e o social. Quase todas as principais conceituações foram apresentadas sob o aspecto puramente patrimonial, inicial-mente. Assim, foram definidos Objeto e Objetivo da con-tabilidade, tomando como base, na verdade, a empresa de antanho, onde o dono do capital era o gerente da entidade (Martins, 1972). Mas, o mundo dos negócios e o entorno empresarial foram se ampliando e complicando-se cada vez mais à medida que a gerência foi, aos poucos, se dissocian-do dos donos do capital. Isto, no início, provocou uma série de problemas, visto que algumas metas que os gerentes gos-tariam de maximizar não eram, propriamente, do interesse dos donos do capital. Felizmente, entrou a turma do "deixa disso" (economistas) e se criou a Teoria da Agência a qual, em parte, harmonizou objetivos de gerentes e donos. Mais recentemente, o excesso de ganância de uns e outros, bem como de outros participantes do mercado, levou aos gran-des escândalos contábeis, mas esta é uma história que já foi contada em prosa e verso. Hoje, a interface entre os três conjuntos citados acima é bastante grande, principalmente entre o patrimonial e o econômico e, nos países europeus continentais e latinos, o social. Décadas atrás, a contabilidade vivia num idílio pla-tônico com ela mesma, glorificando o custo histórico, até que os economistas (segundo Nelson Carvalho) bateram à nossa porta, mostrando que estávamos dormindo em ber-ço esplêndido e que as empresas, entre outros problemas causados pela inflação, estavam pagando imposto sobre uma parte do lucro que era fictícia. Aí, se começou a correr atrás, edificando modelos engenhosos de correção monetá-ria, extrapolando até para Custo de Reposição (versão be-nigna do Valor Justo?), Custo de Reposição Corrigido etc. Realizaram-se esses aperfeiçoamentos de forma escor-reita e nunca deixando de lado a fluidez dos relatórios con-tábeis, de período a outro, e sem destruir o custo histórico, de forma que os usuários da informação podiam avaliar tendências de maneira continuada e sem sobressaltos. Estruturas conceituais foram construídas pelos teóricos (Sprouse
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Iudícibus, S. de. (2013). Rumo à contabilidade econômica ou à nobre origem? Revista Contabilidade & Finanças, 24(61), 7–8. https://doi.org/10.1590/s1519-70772013000100002
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