Neste artigo testamos a hipótese de que estratégias que compram carteiras de ações perdedoras e vendem carteiras de ações vencedoras geram retornos anormais no Brasil. Esta evidência, obtida para o mercado americano para horizontes relativamente longos, foi interpretada por De Bondt e Thaler (1985) como sendo reflexo de erros sistemáticos de avaliação no mercado de ações causados pelo excessivo pessimismo/otimismo dos agentes. Encontramos evidências de lucratividade de estratégias contrárias para horizontes de 3 meses a 3 anos, numa amostra de retornos de ações da BOVESPA e da SOMA de 1986 a 2000. A lucratividade das estratégias contrárias é inclusive maior para horizontes mais curtos, não havendo portanto nenhum indício do efeito “momentum” que foi detectado por Jegadeesh e Titman (1993) para os EUA para estes horizontes. A rentabilidade das estratégias contrárias sobrevive a correções por risco, tamanho e liquidez e apresenta um declínio expressivo pós-Plano Real, sugerindo ter ocorrido um aumento na eficiência do mercado acionário brasileiro após 1994.
CITATION STYLE
Bonomo, M., & Dall’Agnol, I. (2003). Retornos anormais e estratégias contrárias. Brazilian Review of Finance, 1(2), 165–215. https://doi.org/10.12660/rbfin.v1n2.2003.1128
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.