Introdução: A Doença de Chagas representa uma condição infecciosa, com elevada carga de morbimortalidade. Configura um importante problema de saúde pública no Brasil, com diferentes cenários regionais. Diante disso, o estudo tem como objetivo contextualizar a Doença de Chagas, evidenciando os principais mecanismos fisiopatológicos, de transmissão e de profilaxia que permeiam a doença. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, realizada através da leitura e discussão de artigos obtidos na base de dados PUBMED, SCIELO e LILACS. Como estratégia de busca foram utilizados os seguintes descritores: “doença de chagas”, “fisiopatologia” e “epidemiologia’’. Os artigos utilizados no estudo foram selecionados, através da leitura do “abstract”, no período de Janeiro á Maio de 2021, sendo considerados, pertinentes ao estudo, aqueles que foram publicados na íntegra nos últimos cinco anos e nos idiomas português e inglês. Resultados e Discussões: A Doença de Chagas é provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e é considerada problema de saúde pública e social, pois, é caracterizada como parte da identidade da pobreza e dos maus tratos as condições de saúde, afetando populações em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas com baixa visibilidade e pouca voz política, desencadeando processos de estigma e discriminação. É uma patologia que provoca impacto de morbimortalidade importante e é relativamente negligenciada por pesquisadores. Geralmente contrai-se a Doença de Chagas quando se é contaminado pelas fezes do inseto "barbeiro" portador de um protozoário, o Trypanosoma cruzi. É este tripanosoma que, circulando pelo sangue do homem, irá penetrar e produzir lesões em órgãos importantes como no coração, esôfago e os intestinos, causando uma série de sintomas da doença. No entanto, mecanismos alternativos de transmissão vêm sendo observados, destacando-se a transmissão transfusional, a congênita (mãe a filho, durante a gestação), a acidental (contaminação em laboratório) e mesmo em transplante de órgãos (quando o doador é infectado). Assim, é essencial o maior conhecimento referente à fisiopatologia da doença e sua dinâmica de transmissão, envolvendo pessoas infectadas e sob o risco de infecção, diferentes populações do parasito, espécies do vetor e reservatórios de T. cruzi. Este conhecimento integrado representa fator central para a busca de ações consistentes e sustentáveis quanto à gestão, a vigilância, ao controle e a atenção à saúde e social, a fim de que sejam coerentes e efetivas. Considerações Finais: Espera-se com este documento fortalecer o desenvolvimento de ações integradas para o enfrentamento da doença no país com foco em epidemiologia, gestão, atenção integral (incluindo famílias e comunidades), comunicação, informação, educação e pesquisas.
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De Almeida, A. M. V., Soares, J. A. B. de M., Crizanto, L. M. P., Pereira, M. do S. V., & Mota, C. de A. X. (2021). Doença de Chagas: Aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e de transmissão / Chagas disease: Epidemiological, physiopathological and transmission aspects. Brazilian Journal of Health Review, 4(5), 18931–18944. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n5-037
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