INTRODUÇÃO A matriz energética brasileira é basicamente constituída por energias consideradas limpas, principalmente provenientes de hidroelétricas. A hegemonia da hidroeletricidade na matriz de energia elétrica brasileira impõe cautelosa análise sobre o regime fluvial e seus padrões de variação temporal, tendo em vista o significativo impacto que estas variações podem produzir na oferta de energia, e consequentemente, em toda a economia nacional (ALVES et al., 2013). Diante disso, existe uma demanda pelo Estado e pelas empresas privadas por informações climáticas para tomada de decisão ao nível regional/local. Informações de variabilidade e mudanças climáticas de qualidade podem tornar o planejamento energético mais eficaz e minimizar os potenciais impactos sobre a disponibilidade deste recurso (BANCO MUNDIAL, 2010). O processo de planejamento da expansão do sistema elétrico brasileiro é composto, dentre outras atividades, por simulações computacionais de configurações futuras do sistema de energia elétrica que se baseiam em previsões e projeções (COSTA et al., 2007). Nestas simulações se busca localizar e mensurar necessidades elétricas e energéticas futuras, com intuito, principalmente, de permitir a segurança do suprimento e a minimização dos custos de investimento e operação. O pla-nejamento energético da expansão da oferta de energia elétrica deve ser ajustado de forma a atender às projeções de consumo de energia, considerando níveis de garantia de suprimento adequados e ao menor custo possível. Neste sentido, projeções de precipitação e vazão for-necem informações importantes para o setor hidrelétrico, pois podem definir os possíveis impactos sofridos na geração de energia. Além disso, a possibilidade de projetar variações e/ou mudanças climáticas com antecedência permite que as autorida-des tomem decisões que minimizem os impactos de mudanças no clima, reduzindo assim o grau de vulnerabilidade do supri-mento de energia nacional. O planejamento adequado pode reduzir os impactos sociais e econômicos em diversos setores, como por exemplo, os decorrentes do episódio do " apagão " no setor elétrico brasileiro. Desta forma, torna-se relevante para o desenvolvimento de políticas públicas a identificação das alterações na ocorrência do clima e os possíveis impactos no regime de vazões.
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Silveira, C., Filho, F., LOPES, J., BARBOSA, P., & Tiezzi, R. (2014). Análise das projeções de vazões nas bacias do setor elétrico brasileiro usando dados do IPCC-AR4 para o século XXI. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 19(4), 59–71. https://doi.org/10.21168/rbrh.v19n4.p59-71
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