Os "currais" de pesca são armadilhas fixas com moirões, varões e varas estrategicamente implantados no solo junto aos recifes. O objetivo do presente estudo foi analisar os aspectos etnoecológicos dos pescadores de "currais" em Cabedelo, litoral da Paraíba. A pesquisa foi desenvolvida com pescadores (n=7) através de excursões quinzenais, de acordo com a variação das marés nos cinco meses de sua despesca (Novembro, 2012 a Março de 2013) totalizando 21 coletas. Pescadores de diferentes modalidades de pesca também foram entrevistados (n=20) com objetivo de confirmar memes locais. Os métodos adotados foram a técnica "bola de neve" ("snow ball"), observação direta, com entrevistas informais e formulários semiestruturados além da utilização do índice de constância, do valor de uso, econômico e taxonomia folk. Na composição da ictiofauna foram registradas 25 espécies de peixes, distribuídas em 15 famílias. A distribuição espacial dos peixes pode ser demonstrada conforme os estratos verticais na coluna d'água e ecozonas. A melhor maré para a despesca, segundo os pescadores, foram a maré vazante, seguida da maré "morta" ou de lançamento. Os pescadores consideram os ventos Leste, Norte e Nordeste como os melhores para a pesca. O estudo demonstrou como o conhecimento local dos pescadores de "currais", corrobora com o conhecimento científico em seus aspectos etnoecológicos, demonstrando precisão e importância para medidas de conservação de espécies, ecossistemas e cultura local.
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Nascimento, G. C. C. do, Córdula, E. B. de L., Lucena, R. F. P. de, Rosa, R. de S., & Lucena, J. da S. M. (2016). Pescadores e “currais”: um enfoque etnoecológico. Gaia Scientia, 10(4), 117–137. https://doi.org/10.21707/gs.v10.n04a09
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