Resumo Este trabalho compara o que é ensinado e aprendido – e não o que se pretende – em diferentes cenários educativos e dois momentos históricos. Considerando estudos etnográficos realizados nos Estados Unidos e na Guatemala, compara o “currículo oculto” (KOHLBERG, 1975) da escolarização ocidental formal – normas, valores e práticas transmitidos pelo conteúdo de conhecimento ensinado, e os padrões de interação, procedimentos de avaliação e estruturas de participação utilizados (PHILLIPS, 1983) - com estruturas similares em uma comunidade indígena maia da Guatemala. Analisa o que as crianças aprendem, o impacto sobre suas identidades e como esse aprendizado se conecta com os destinos sociais e ocupacionais futuros. Os cenários educacionais diferem quanto aos tipos de aprendizagem e de ensino que mantêm; produzem tipos diferentes de educandos com resultantes identidades e metas diversas. Tem sido afirmado que a escolarização moderna realmente interfere nos valores e práticas das assim chamadas culturas tradicionais, levando ao abandono das línguas, práticas e crenças tradicionais. Esse tipo de argumento ignora a flexibilidade das culturas tradicionais, relegando-as a um “presente” estático que não é característico das identidades dinâmicas que de fato se constroem no século XXI. Nós afirmamos o contrário: que as pedagogias tradicionais podem proteger a durabilidade da identidade cultural (SPINDLER, G; SPINDELER, L, 2000) e levar a uma acomodação mais bem-sucedida à modernidade (RUDOLPH, L; RUDOLPH, S, 1984). Ligamos esse argumento às pesquisas que estudam mitos a respeito do que a escolarização pode e não pode fazer para alcançar a mobilidade social e condições sociais melhores.Abstract This work contrasts what is taught and learned – other than what is intended – in different educative settings and two historical eras. In a comparison of ethnographic studies conducted in the US and in Guatemala, it compares the “hidden curriculum” (KOHLBERG, 1975) of formal western schooling – the norms, values and practices that are conveyed by the content knowledge taught, and the interaction patterns, assessment procedures and participation structures used (PHILLIPS, 1983) – with similar structures in an indigenous Maya community in Guatemala. It analyzes what children learn, the impact on their identities, and how those types of learning connect to future social and occupational destinations. Educational settings differ in the types of learning and teaching they support; they produce different kinds of learners with different identities and goals. It has been argued that modern schooling actually interferes with the values and practices of so-called traditional cultures, leading to the abandonment of traditional languages, practices and beliefs. Such an argument denies the flexibility of traditional cultures, relegating them to a static “present” not characteristic of the dynamic identities actually being constructed in the 21st century. Conversely, we argue that traditional pedagogies can protect enduring cultural identity (SPINDLER, G; SPINDLER, L, 2000) and lead to more successful accommodation to modernity (RUDOLPH, L; RUDOLPH, S, 1984). We connect this argument with research exploring myths about what schooling can and cannot do to achieve social mobility and improved societal conditions.
CITATION STYLE
Ludwig, S. A., & LeCompte, M. D. (2015). Descobrindo o contemporâneo no tradicional: reavaliação do impacto das pedagogias indígena maia e ocidental moderna sobre a identidade e oSelf. Educação e Pesquisa, 41(spe), 1173–1190. https://doi.org/10.1590/s1517-9702201508144903
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.