Formação de professores na prática política do MST: a construção da consciência orgulhosa

  • Beltrame S
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Abstract

Este artigo propõe-se a discutir a experiência de professores e professoras das escolas de assentamento organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra -- MST, no oeste catarinense. Seguindo uma metodologia qualitativa, o estudo possibilitou a apreensão de aspectos significativos do universo cultural dos sujeitos, destacando as relações construídas na vida familiar, no desempenho da profissão e na participação política no Movimento. A análise da ação desenvolvida pelos professores nos diversos espaços de atuação vai revelando como eles se tornam sujeitos de sua experiência. A adesão às propostas educativas do MST possibilita a manifestação de uma identidade que fortalece a experiência cotidiana de ser professor, favorecendo o desenvolvimento de uma consciência orgulhosa da prática docente. A experiência é realimentada na escola e também nas instâncias educativas propiciadas pelo Movimento, nos contatos com o grupo de docentes, nos estudos que desenvolvem, nas trocas com os alunos e seus familiares. Isso possibilita aos professores estabelecer prioridades, acrescentando elementos significativos aos conteúdos escolares. Evidencia-se aí a perspectiva de veiculação, na escola, de uma dimensão do saber enriquecido pela ação política gerada nas práticas coletivas. Esse envolvimento resulta em experiências diferenciadas que se refletem nas ações desenvolvidas na escola e no Movimento. Com isso, esses professores reelaboram o espaço da escola no meio rural, criando novos compromissos que transformam sua atividade docente, ampliando seu aprendizado e as relações de solidariedade presentes na cultura do campo.This article proposes a discussion about teachers' experience at settlement schools organized by the MST - Brazilian Landless Workers Movement in western Santa Catarina. Following a qualitative methodology the study allowed the understanding of significant aspects of the cultural universe of the agents involved, highlighting the relationships built in family life, in the exercise of the profession, and in the political participation in the Movement. The analysis of the actions carried out by the teachers in various spheres reveals how they become agents of their own experience. Joining the education proposals of the MST allows in these teachers the manifestation of an identity that strengthens the everyday experience of being a teacher, promoting the development of a proud consciousness of the teaching practice. The experience is fed back to the school and to other educational opportunities promoted by the MST, to the contact with the group of teachers, to the studies they carry out, and to the exchanges with students and their families. That allows teachers to set priorities, adding significant elements to the contents seen at school. The prospect is then revealed for the transmission at school of a dimension of knowledge enhanced by the political action engendered in collective practices. This involvement results in differentiated experiences with benefit to the actions developed at school and in the Movement. Thus, these teachers re-establish the role of the school in the rural areas, creating new commitments that transform their teaching activity, broadening their learning and the relationships of solidarity present in the countryside culture.

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Beltrame, S. A. B. (2002). Formação de professores na prática política do MST: a construção da consciência orgulhosa. Educação e Pesquisa, 28(2), 129–145. https://doi.org/10.1590/s1517-97022002000200010

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