O trabalho em pequenos grupos está presente em muitas agendas para a reforma da educação e tem vindo a transformar-se numa espécie de mito. De facto, é generalizada a crença na eficácia e na infalibilidade de organizar os alunos em grupos para atingir objetivos específicos ou para desenvolver certos tipos de atividades. Essa crença carece de sustentação empírica tendo mesmo sido batizada como “o romance das equipes”. É necessário e urgente entender o que caracteriza um grupo eficaz e quais as circunstâncias necessárias para garantir tal eficácia, de forma a evitar erros comuns em muitas reformas académicas. Por exemplo, é inadequado adotar de raíz o trabalho em pequenos grupos numa disciplina, usando os materiais, a organização das atividades letivas e a avaliação desenhada para um modelo tradicional da disciplina. A adoção de trabalho em pequenos grupos deve respeitar um conjunto de princípios essenciais e garantir as condições apropriadas para o transformação dos grupos em equipas eficazes. Este artigo apresenta uma revisão crítica e avaliação do uso de pequenos grupos na educação, identifica os fatores-chave no trabalho em grupo pequenos e discute o papel da aprendizagem em pequenos grupos no ensino superior. Para o efeito, percorre alguma da evidência decorrente de pesquisa sobre a eficácia do trabalho em pequenos grupos.
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Costa, M. J. (2014). Trabalho em pequenos grupos: dos mitos à realidade. Medicina (Ribeirao Preto. Online), 47(3), 308. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v47i3p308-313
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