Avaliação da Função e Qualidade de Vida após Artroplastia Total da Anca por Diferentes Vias de Abordagem

  • Araújo P
  • Machado L
  • Cadavez D
  • et al.
N/ACitations
Citations of this article
6Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

Introdução: Avaliar a função e qualidade de vida em doentes submetidos a artroplastia total da anca fazendo distinção quanto às duas vias de abordagem (posterior/ântero-lateral) usadas pelo Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Leiria.Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 94 doentes sujeitos a artroplastia unilateral da anca, através do questionário Hip Osteoarthritis Outcome Score (HOOS LK 2.0), teste de Trendelenburg e avaliação da força muscular dos abdutores da anca com dinamómetro. Avaliaram-se os doentes aos seis meses, 12 meses, 18 meses e 24 meses pós-operatório.Resultados: O estudo revelou que 97,9% doentes cumpriram programa de reabilitação. A evolução pós-cirúrgica (seis a 24 meses) mostrou ter resultados diferentes nas duas vias de abordagem. Aos seis meses os doentes operados pela via ântero-lateral apresentaram piores resultados quando comparados com a via posterior, nomeadamente Hip Osteoarthritis Outcome Score dor, Hip Osteoarthritis Outcome Score sintomas e Hip Osteoarthritis Outcome Score atividades da vida. Aos 24 meses, não parecem existir diferenças entre as duas vias de abordagem. Dos 94 doentes avaliados no estudo, o teste de Trendelenburg foi positivo em 31% dos doentes, sendo que 81,9% corresponderam a doentes operados pela via ântero-lateral. A força muscular dos abdutores da anca operada foi inferior na via ântero-lateral aos seis meses, 12 meses e aos 24 meses.Discussão: Este trabalho evidenciou que nos primeiros seis meses pós-artroplastia total da anca, os doentes operados por via posterior apresentaram-se, de acordo com o questionário HOOS, menos sintomáticos, com melhor qualidade de vida e com menor impacto nas atividades de vida diária e no desporto e lazer quando comparados com os doentes operados por via ântero-lateral. Contudo, estas diferenças foram-se igualando ao longo dos 24 meses. Verificou-se ainda que os índices de força muscular dos músculos abdutores da anca foram claramente superiores nos doentes operados por via posterior aos seis meses, aos 12 meses e aos 24 meses comparativamente aos doentes operados por via ântero-lateral.Conclusão: Aos 24 meses pós-artroplastia total de anca não parecem existir diferenças entre as duas vias de abordagem no que diz respeito à função e qualidade de vida. Contudo, verificou-se que os doentes operados pela via ântero-lateral apresentaram maiores défices de força muscular e maior percentagem de testes de Trendelenburg positivos.

Cite

CITATION STYLE

APA

Araújo, P., Machado, L., Cadavez, D., Mónaco, L., Januário, F., Luís, L., & Bártolo, M. (2017). Avaliação da Função e Qualidade de Vida após Artroplastia Total da Anca por Diferentes Vias de Abordagem. Acta Médica Portuguesa, 30(9), 623–627. https://doi.org/10.20344/amp.7834

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free