Quero começar por uma explicação de tipo filológico por causa de uma observação da professora Cibele Rizek ontem, na reunião do 'Arte contra a Barbárie'. Ela mencionou um fenômeno que batizou-e gostei muito-de 'pirataria semântica'. Em vista da pirataria semântica, preciso explicar um conceito fundamental aqui: o de pressuposto. Ele foi esvaziado e, com isso, na melhor das hipóteses, as pessoas o usam acreditando que significa apenas uma coisa que veio antes do fenômeno em pauta mas, na pior, significa alguma hipótese que alguém assume antes de examinar algum objeto (neste caso, pressuposto se torna sinônimo de suposição ou mesmo de preconceito). Ao contrário do que entendem os piratas semânticos, pressuposto é um conceito central no pensamento dialético e só pode ser considerado pressuposto o que, no âmbito dos fatos, aconteceu antes ou durante o fenômeno que está sendo examinado, mas tem uma relação tal que o fenômeno em exame fica inexplicável sem ele. Como eu vou falar sobre o teatro épico e a relação de Brecht com o teatro épico, preciso falar dos pressupostos desta forma teatral.
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Costa, I. C. (2010). Brecht e o teatro épico. Literatura e Sociedade, (13), 214. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i13p214-233
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