O trabalho se propõe a delinear a trajetória do licenciamento enquanto instrumento da política ambiental brasileira, à luz da noção de regulação estatal, extraindo daí elementos analíticos para se compreender a agenda reformista do Congresso Nacional relativa à matéria em discussão na legislatura encerrada em 2018. A partir de uma abordagem analítico-descritiva apoiada em levantamentos bibliográficos e documentais, verificou-se que as mudanças institucionais propostas são informadas por uma percepção do licenciamento ambiental como um processo excessivamente burocratizado que constitui um óbice ao desenvolvimento e se voltam na direção de sua simplificação, tendo em vista conferir maior celeridade à concessão de licenças. Ao final, conclui-se que as novas regras trazem, em seu bojo, o estreitamento das possibilidades de participação da sociedade no processo, bem como de órgãos intervenientes, e a aceleração do trâmite procedimental para a emissão de licenças, afetando o potencial de o instrumento cumprir efetivamente os propósitos delineados na política ambiental de prevenir e mitigar os impactos das atividades socioeconômicas sobre o meio ambiente.
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Silva, T. S. A., Carneiro, R., & Brasil, F. de P. D. (2021). Licenciamento Ambiental: as novas propostas para a sua (des)regulamentação em tramitação no Congresso Nacional. Desenvolvimento Em Questão, 19(56), 131–151. https://doi.org/10.21527/2237-6453.2021.56.9055
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