O presente artigo investiga os desdobramentos das atividades de um projeto científico desenvolvido em uma fazenda de gado no Pantanal do Mato Grosso do Sul, voltado para a conservação da onça-pintada. A principal atividade econômica da região é a criação de gado e, na tradição local, a onça tem sido vista ora como uma ameaça, ora como uma peste a ser eliminada, ora como símbolo de coragem e status. No passado, era comum que as fazendas do Pantanal empregassem caçadores com cães treinados para perseguirem e eliminarem os animais que atacassem a criação. Nos dias de hoje, porém, a onça adquiriu novos papéis com o desenvolvimento do ambientalismo e a entrada em cena do turismo ecológico na região, quando os safáris fotográficos começaram a substituir as antigas caçadas. Nesse contexto, antigos caçadores são contratados por pesquisadores e entidades ambientalistas para a captura e a colocação de coleiras de rádio nos felinos, com a finalidade de estudá-los.This paper investigates the activities of a scientific project facing the conservation of the jaguar, inserted into a cattle ranch in the Pantanal of Mato Grosso do Sul. The region’s main economic activity is cattle ranching and, in local tradition, the jaguar has been seen either as a threat or as a pest to be eliminated, sometimes as a symbol of courage and status. In the past, it was common for the local farms to employ hunters with dogs trained to pursue and eliminate the animals that attacked cattle. Nowadays, however, the jaguar acquired new meanings, with the development of environmentalism and the arrival of ecological tourism in the region, when photographic safaris began to replace the old hunts. In this context, former hunters are hired by researchers and environmental groups for capturing and placing radio collars on cats, in order to study them.
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Süssekind, F. (2015). A onça-pintada e o gado branco. Anuário Antropológico, v.37 n.2, 111–134. https://doi.org/10.4000/aa.170
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