A semiótica fala de mudança de hábito como efeito mental, como modificação de tendências de uma pessoa em relação à ação, mas ignora o momento da passagem, a saber, o acontecimento comunicacional. O estudo político da dominação exercida pelos meios de comunicação (a teoria dos media) faz sociologia, é um estudo de tecnologias aplicadas à sociedade. A apropriação recente desses meios pela base social, pelas redes, não altera o caráter desse estudo, apenas sugere uma implosão da estrutura piramidal, verticalizada, para um uso mais horizontalizado. Estamos, portanto, ainda nos “meios”, na mediatização. Não se justifica, portanto, contrapor o neologismo “midiatizar” à mediatização, pois é tautológico e só confunde. Comunicação ocorre através dos meios, ela é medial, mas não é obrigatoriamente mediática. É pelo medial que tudo deve começar.
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Marcondes Filho, C. (2015). A virada comunicacional. Ou porque os estudos de “midiatização”, de hábito e da Teoria dos Media passam ao largo da comunicação. Revista FAMECOS, 22(2). https://doi.org/10.15448/1980-3729.2015.2.20143
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