Introdução: A distribuição dos locais de óbito (LDO) é influenciada por aspectos socioculturais, condições econômicas e políticas públicas. É a principal preocupação no suporte oferecido no fim da vida e para o gerenciamento do sistema de saúde, mas há dados limitados sobre os LDO em países de média renda, como o Brasil. Método: Foram utilizados dados populacionais do Sistema de Informação sobre Mortalidade para identificar as taxas de mortalidade nacional e regional, de 2002 a 2013. As distribuições dos LDO foram comparadas entre grupos etários (<60 e ≥60 anos), e para sexo e estado civil no grupo de idosos. Foram analisadas as diferenças entre as regiões nacionais. Resultados: No Brasil, os LDO ocorreram principalmente nos hospitais, com média de 66,7%, seguidos pelo domicílio, com 21,4%. Outras instituições de saúde representam menos de 3% de todos os óbitos. O número de mortes nas idades avançadas aumentou. Houve diferenças da distribuição dos LDO entre as regiões. No Norte e no Nordeste, por exemplo, verificaram-se taxas mais altas de mortes em domicílio. Para a população idosa, houve pouca diferença entre os sexos na distribuição dos LDO, e ser casado aumentou a chance de óbito em ambiente hospitalar. Conclusão: Os óbitos no Brasil se limitam aos hospitais e domicílios. As taxas em hospitais aumentaram durante os últimos anos, enquanto houve redução de óbitos em domicílio, apesar do aumento do número de óbitos em idades avançadas e por doenças não transmissíveis. A distribuição dos LDO pode ser influenciada por fatores sociais e demográficos, mas políticas de saúde específicas para o suporte oferecido no fim da vida são limitadas no Brasil.
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Yates, P. (2017). Tendências nos locais de óbito no Brasil e análise dos fatores associados em idosos de 2002 a 2013. Geriatrics, Gerontology and Aging, 11(1), 10–17. https://doi.org/10.5327/z2447-211520171600068
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