RESUMO Este artigo tem como intenção problematizar a atribuição de originalidade da instituição extraescolar denominada parque infantil, integrado ao Departamento de Cultura da prefeitura da cidade de São Paulo em 1935. Apresentam-se articulações e propostas de instituições congêneres, com diferentes denominações. O playground norte-americano e sua história são focalizados no texto. Elencam-se e analisam-se elementos constitutivos dessas propostas. O texto se apoia em artigos e livros com resultados de pesquisas sobre o tema e em fontes documentais, como reportagens da imprensa diária, relatórios e comunicações a congressos, revistas e livros do período estudado, que retrocede à primeira metade do século XIX. Inspiradas em uma metodologia indiciária, a crítica historiográfica e a interpretação histórica têm como perspectiva situar o estudo da história da educação no quadro das relações sociais. A crítica historiográfica identifica a adoção de narrativas feitas pelos sujeitos que atuaram no período ou o uso das fontes sem problematização, simplificando os processos históricos. A interpretação se distancia de atribuir valor às instituições, seja de forma positiva ou negativa. Considera-se que não basta adjetivá-las como promotoras da cultura e da cidadania, ou ao contrário, do controle e da disciplina, pois ambas as dimensões podem ser identificadas nos elementos presentes nas propostas. A helioterapia e as escolas ao ar livre, o paisagismo e os parques urbanos, a educação física como impulsionadora dos ambientes educacionais ativos e das atividades culturais, as propostas da escola infantil britânica compõem a configuração do parque infantil.ABSTRACT This article intends to problematize the attribution of originality to the non-school institution called parque infantil (childhood park), which was integrated into the Department of Culture of the city of São Paulo in 1935. We present articulations and propositions of similar institutions with different denominations. The text approaches the North American playground and its history. We also list and analyze the elements which form these propositions. The text relies on articles and books with research results about the subject and on documentary sources such as news stories, reports and communications to congresses, magazines and books of the studied period, which goes back to the first half of the nineteenth century. Inspired by an evidentiary methodology, both historiographic critique and historical interpretation aim to place the study of history of education within the framework of social relations. Historiographic critique identifies the adoption of narratives made by individuals who acted during the period, or the use of sources without problematization, which simplifies historical processes. Interpretation avoids valuing institutions, whether positively or negatively. It considers that it is not enough to characterize them as promoters of culture and citizenship, or, to the contrary, as forms of control and discipline, since both dimensions can be identified in the elements present in the propositions. Heliotherapy and open air schools, landscaping and urban parks, physical education as a driving force for active educational environments and cultural activities and the propositions from British Infant School make up the outline of parque infantil.
CITATION STYLE
Kuhlmann Jr., M. (2019). Parque Infantil: a singularidade e seus componentes. Educar Em Revista, 35(77), 223–244. https://doi.org/10.1590/0104-4060.68371
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.