OBJETIVO: Caracterizar o crescimento linear nos primeiros cinco anos de vida, conhecer sua distribuição social, estabelecer sua tendência secular e analisar sua determinação, através de dados coletados por três inquéritos domiciliares realizados na cidade de São Paulo, SP, em 1974/75, 1984/85 e 1995/96. MÉTODOS: Os três inquéritos estudaram amostras probabilísticas da população residente na cidade com idades entre zero e 59 meses (1.008 crianças em 1974/75; 1.016 em 1984/85 e 1.280 em 1995/96). Crianças com menos de 24 meses foram medidas na posição deitada e crianças mais velhas na posição em pé. O padrão internacional de crescimento foi utilizado para avaliação da altura segundo a idade e o sexo da criança. O estudo da distribuição social do crescimento levou em conta tercis da renda familiar per capita em cada um dos inquéritos. A estratégia analítica, para estudar os determinantes da tendência secular do crescimento, empregou modelos hierárquicos de causalidade, análises multivariadas de regressão e procedimentos análogos aos utilizados para calcular riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS/CONCLUSÕES: No período de 22 anos, coberto pelos três inquéritos, a tendência secular do crescimento pós-natal na cidade de São Paulo foi positiva, contínua e aparentemente uniforme ao longo do tempo, correspondendo a um ganho médio total de 0,650 escores z da referência internacional de crescimento, ou cerca de 2,3 cm na idade de 30 meses. O maior ganho foi registrado para o terço mais pobre da população -- 3,3 cm ¾ e o menor para o terço mais rico -- 1,7 cm. Mudanças positivas em determinantes distais (renda familiar e escolaridade materna) e intermediárias (condições de moradia, saneamento do meio, acesso a serviços de saúde e antecedentes reprodutivos) do crescimento infantil, justificaram parte substancial do incremento de altura observado entre meados das décadas de 80 e de 90.OBJECTIVE: Data from three household surveys undertaken in the city of S. Paulo, Brazil, from mid-80s to mid-90s allow to characterize and analyse secular trends in infant and child linear growth. METHODS: In the three surveys, random population samples aged from zero to 59 months (1,008 children in the period of 1974-75; 1,016 in 1984-85 and 1,280 in 1995-96) were studied. Recumbent length was obtained from children up to 24 months of age and then stature was recorded. The international growth standard was used to evaluate the child's height according to age and sex. For the study of the social distribution of growth status, tertiles of the per capita family income was taken into account in each survey. For the study of the determinants of secular trends, hierarchical causal models, multivariate regression analyses and calculations analogous to the ones used to assess population attributable risks were applied. RESULTS/CONCLUSIONS: In the period of 22 years covered by the three surveys, the secular trend of child growth in S. Paulo City showed a positive, continuous and apparently uniform curve. It was equivalent to a total average gain of 0.650 z scores of the international growth reference, or near 2.3 cm at the age of 30 months. The higher gain was observed among the third poorest fraction of the population -- 3.3 cm ¾ and the lower gain -- 1.7 cm ¾ among the third richest. Positive changes in distal determinants (family income and maternal schooling) and intermediate determinants (housing, sanitation, access to heath services and reproductive past history) of child growth explained substantially part of the improvements seen from the mid-80s to mid-90s.
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Monteiro, C. A., & Conde, W. L. (2000). Tendência secular do crescimento pós-natal na cidade de São Paulo (1974-1996). Revista de Saúde Pública, 34(6 suppl), 41–51. https://doi.org/10.1590/s0034-89102000000700007
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