Resumo Este artigo discute práticas de gestão de pessoas, recursos e rituais por parte de agências de governo em Timor-Leste. Tendo por foco de análise o tara bandu realizado no distrito de Ermera, em 2012, e propagandas oficiais, entrevistas e outros documentos produzidos entre 2012 e 2015, demonstro como certa racionalidade a respeito do dispêndio de bens materiais e simbólicos, orientada pelo regime de dádiva, tem se tornado objeto de governo, dando origem a uma pedagogia econômica. Tal pedagogia econômica intenta diminuir os investimentos materiais e simbólicos aplicados em rituais e prestações de aliança e transformar em mercadorias recursos originalmente manejados como dádiva. No limite, implicado nessa pedagogia econômica figura um projeto de purificação e monopolização das fontes de governo.Abstract This paper addresses current attempts to manage people, resources and ritual practices by government agencies in Timor-Leste. Based on the analysis of the tara bandu carried out in Ermera in 2012 and official propaganda, interviews and other documents produced in between 2012 and 2015, I argue how certain rationale about the disposal of material resources, oriented by the gift regime in ritual contexts, has come to be a matter of government concern. It gives origin to an economic pedagogy which intends to turn into commodities resources managed primarily as gifts. In addition, such economic pedagogy intents to decrease the material and symbolic investments people make in rituals and alliance prestations. One also proposes to consider such economic pedagogy as purification endeavors.
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Silva, K. (2016). Administrando pessoas, recursos e rituais. Pedagogia econômica como tática de governo em Timor-Leste. Horizontes Antropológicos, 22(45), 127–153. https://doi.org/10.1590/s0104-71832016000100006
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