Introdução: A impossibilidade da prática do aleitamento materno por mães HIV positivas contribui para alterações no padrão alimentar de seus filhos nos primeiros meses de vida. Objetivo: Analisar as práticas alimentares de lactentes expostos ao HIV, verificando-se o tipo de aleitamento praticado pelas mães, a diluição e o preparo do leite oferecido, o período e a forma de introdução da alimentação complementar, bem como os grupos alimentares oferecidos aos lactentes. Materiais e métodos: Estudo transversal, descritivo, realizado com crianças de 6 a 24 meses de idade. Os dados foram obtidos através de entrevista semiestruturada e consulta ao prontuário. Resultados: Todos os lactentes (n=32) iniciaram o uso da fórmula infantil após o nascimento, entretanto, 18,8% das mães diluíam a fórmula incorretamente. Não houve relato de aleitamento materno, porém 59,4% das crianças receberam leite de vaca antes dos doze meses. Em 31,2% dos casos a alimentação complementar foi introduzida antes do sexto mês, e alimentos como ovos, peixes, legumes e verduras ainda não foram oferecidos a todas as crianças. Além disso, alimentos industrializados fontes de carboidratos simples, sódio e gordura foram introduzidos a partir do quinto mês. Conclusões: A substituição do leite materno por fórmulas infantis foi adequada. Contudo, evidenciou-se inadequação na diluição das fórmulas, introdução inoportuna do leite de vaca e da alimentação complementar, oferta reduzida de leguminosas, carnes, ovos, legumes e verduras, e consumo inapropriado de alimentos industrializados e/ou ultraprocessados nos primeiros meses de vida. Tais práticas contribuem para alterações do estado nutricional e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Palavras-chave: HIV; transmissão vertical; alimentação artificial; comportamento alimentar; nutrição do lactente. ■ ■ ABSTRACT Introduction: The impossibility of breastfeeding by HIV positive mothers contributes to changes in the die-tary pattern of their children in the first months of life. Objective: To analyze the feeding practices of infants exposed to HIV, checking the type of feeding practiced by the mothers, the dilution and preparation of the milk offered, the period and the way of introduction of complementary feeding, as well as the food groups offered to infants. Materials and methods: A cross-sectional, descriptive study performed with children aged 6 to 24 months. The data were obtained through semi-structured interview and medical records. Results: All infants (n=32) started infant formula after birth, however, 18.8% of mothers diluted the formula incorrectly. There was no report of breastfeeding, but 59.4% of the children received cow milk before 12 months of life. In 31.2% of cases complementary feeding was introduced before the sixth month, and foods such as eggs, fish, and vegetables were not offered to all children. In addition, industrialized foods sources of simple carbohy-drates, sodium, and fat were introduced since the fifth month. Conclusions: The replacement of breast milk for infant formulas was adequate. However, there was inadequacy in the dilution of the formulas, inopportune introduction of cow milk and complementary food, reduced supply of legumes, meat, eggs, vegetables, and inappropriate consumption of processed and/or ultraprocessed foods in the first months of life. Such practices contribute to changes in nutritional status and the development of noncommunicable chronic diseases.
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.
CITATION STYLE
Queiroz, P. M., Lemos, P. C., & Ued, F. da V. (2017). PRÁTICAS ALIMENTARES E INTRODUÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DE LACTENTES EXPOSTOS À TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV. Revista Brasileira Ciências Da Saúde - USCS. https://doi.org/10.13037/ras.vol15n53.4686