Este ensaio analisa as noções de sujeito e de agência no pensamento de Judith Butler e a relevância de sua contribuição para a teoria social. O sujeito aparece constituído por meio de um processo de reiteração ritual de normas, mas que não o constitui to- talmente, porque nas próprias dinâmicas do poder se encontra a condição da agência, entendida como resistência e capacidade de ação política. A agência é movida pelo desejo, e este se manifesta como a força inovadora e impulsora da mudança, porque é ele que ativa a consciência reflexiva acerca dos limites que o poder impõe ao sujeito, gerando resistência/agência. O pensamento de Butler traz uma contribuição original para a teoria social, pois possibilita a compreensão dos processos de resistência e de agência que emergem desde as “margens sociais”, de sujeitos historicamente invisibi- lizados ou tidos como “subalternos” ou não inteligíveis, dentro de uma dada ordem social. Trata-se de uma agência que rompe com lógicas hegemônicas e permite ressig- nificar práticas sociais e subjetividades, colocando em cena novas cadeias reiterativas, que
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Furlin, N. (2014). Sujeito e agência no pensamento de Judith Butler: contribuições para a teoria social. Sociedade e Cultura, 16(2). https://doi.org/10.5216/sec.v16i2.32198
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