A passagem do plano para o espaço, ocorrida na arte brasileira desde o final dos anos 1950, desdobra-se em trabalhos ambientais que incorporam elementos dadaístas e surrealistas à matriz construtiva original no período conhecido como “contracultura”. No Brasil, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos, esse processo não se desdobrou em uma positivação da esfera pública, buscando, por outro lado, uma potencialização dos espaços marginais, tais como terrenos baldios. Assim, paradoxalmente, quando resolvem atuar no espaço urbano e público os artistas de origem construtiva, como Hélio Oiticica, acabam criando refúgios subjetivos dentro dele, remetidos à imagem metafórica do labirinto. Importantes consequências desse processo podem ser encontradas, posteriormente, em trabalhos de artistas como Cildo Meireles e Nuno Ramos.
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Wisnik, G. T. (2017). Dentro do labirinto: Hélio Oiticica e o desafio do “público” no Brasil. ARS (São Paulo), 15(30), 95–110. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2017.132781
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