RESUMO Devido às restrições ambientais mundiais, o controle das emissões veiculares torna-se cada vez mais rigoroso. Os limites de emissões vêm sendo sensivelmente reduzidos e o papel das emissões não regulamentadas está tornando-se cada vez mais importante. As emissões de amônia têm recebido especial atenção por esse composto contribuir com a produção de material particulado secundário na forma de nitratos (NH 4 NO 3) ou sulfatos de amônia ((NH 4) 2 SO 4). A amônia é o terceiro maior composto nitrogenado na atmosfera. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a influência do teor de enxofre do combustível nacional na emissão de amônia em uma amostra de seis veículos (três motociclos, um veículo do ciclo Otto e dois veículos do ciclo diesel). Os testes foram conduzidos de acordo com as normativas brasileiras, utilizando-se de diesel contendo 6 e 400 ppm de enxofre e gasolinas contendo 30 e 320 ppm de enxofre. Ambas as gasolinas possuíam teor de 22% de etanol anidro. Os resultados demonstram que para o veículo do ciclo Otto, equipado com catalisador de três vias, a redução do teor de enxofre gera uma tendência de incremento na emissão de amônia. Nos motociclos foi observada a mesma tendência. Quanto aos veículos comerciais leves do ciclo Diesel, não foi observada influência significativa do teor de enxofre sobre as emissões de amônia. 1. INTRODUÇÃO O crescente desenvolvimento da indústria exige um aumento da demanda por combustíveis que, ao serem queimados, causam danos ao meio ambiente e à saúde pública [1]. As emissões veiculares são a principal fonte de poluição nos grandes centros urbanos, sendo o seu controle vital para o bem estar da população [2]. No Brasil, essa preocupação não é recente. Em 1986 o CONAMA instaurou um programa para redução progressiva dos limites de emissões veiculares provenientes de veículos automotores leves e pesados (PROCONVE) [3], sendo esse modelo implantado posteriormente para os motociclos com a criação do PROMOT, em 2002 [4]. A redução dos limites de emissões exige uma constante evolução das tecnologias automotivas, sendo que vários aspectos contribuem para que os referidos limites sejam atendidos. Dentre eles se destacam a tecnologia de controle de emissões do veículo; as condições de operação e manutenção do motor e do catalisador, as características dos combustíveis, e a temperatura ambiente. No que diz respeito ao combustível, vários estudos têm sido realizados utilizando diversos tipos de formulações e tecnologias com foco nas emissões legisladas, porém informações de estudos sobre os impactos nas emissões não regulamentadas são escassas [5][6]. Com relação ao teor de enxofre, diversos países vêm aplicando em suas legislações limitações visando à redução da emissão de SO 2 e proporcionando uma otimização da eficiência dos catalisadores. Na gasolina comercial brasileira, a legislação, que atualmente admite uma concentração de até 800 ppm, exigirá uma redução para no máximo 50 ppm já a partir de 2014. Para o diesel, em que até recentemente eram admitidos teores de 1800 ppm para cidades do interior e 500 ppm para metrópoles, a partir de 2013 os teores estão limitados a 500ppm no interior e apenas 10 ppm nas metrópoles.
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Daemme, L. C., Neto, R. de A. P., Errera, M. R., & Zotin, F. M. Z. (2014). Estudo preliminar sobre a influência do teor de enxofre do combustível na emissão de amônia em motociclos e veículos leves dos ciclos Otto e Diesel. In Anais do XXI Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (pp. 627–636). Editora Edgard Blücher. https://doi.org/10.5151/engpro-simea-pap88
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