Em relatos míticos e na praxe dos Yaminawa do Acre — desde há muito tempo caraterizados como “problema” pela sua difícil inserção no sistema territorial indígena que os converte em indesejados moradores da cidade —, procuram-se os traços de uma noção de “território” diferente daquela que aparece no discurso do movimento indígena, e a rigor incompatível com a norma de delimitação e apropriação da terra presente na nossa ordem jurídica. Essa noção é definida como perspectiva e fractal, topológica mais que espacial ou ecológica; nela, são as relações as que criam um “território” em lugar de desenvolver-se nele, e os constantes deslocamentos assinalam não um “nomadismo” — com a prevalência de limites sociais atravessando limites espaciais —, mas o uso das distâncias para a rápida recombinação dos arranjos sociais
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Sáez, O. C. (2015). O território, visto por outros olhos. Revista de Antropologia, 58(1), 257. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2015.102108
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