ABSTRACT BACKGROUND: Spontaneous bacterial peritonitis is a serious complication in cirrhotic patients, and changes in the microbiological characteristics reported in the last years are impacting the choice of antibiotic used for treatment. OBJECTIVE: The aim of the present study is to evaluate the changes in the epidemiology and bacterial resistance of the germs causing spontaneous bacterial peritonitis over three different periods over 17 years. METHODS: All cirrhotic patients with spontaneous bacterial peritonitis and positive culture of ascites fluid were retrospectively studied in a reference Hospital in Southern Brazil. Three periods were ramdomly evaluated: 1997-1998, 2002-2003 and 2014-2015. The most frequent infecting organisms and the sensitivity in vitro to antibiotics were registered. RESULTS: In the first period (1997-1998) there were 33 cases, the most common were: E. coli in 13 (36.11%), Staphylococcus coagulase-negative in 6 (16.66%), K. pneumoniae in 5 (13.88%), S. aureus in 4 (11.11%) and S. faecalis in 3 (8.33%). In the second period (2002-2003), there were 43 cases, the most frequent were: Staphylococus coagulase-negative in 16 (35.55%), S. aureus in 8 (17.77%), E. coli in 7 (15.55%) and K. pneumoniae in 3 (6.66%). In the third period (2014-2015) there were 58 cases (seven with two bacteria), the most frequent were: E. coli in 15 (23.1%), S. viridans in 12 (18.5%), K. pneumoniae in 10 (15.4%) and E. faecium 5 (7.7%). No one was using antibiotic prophylaxis. Considering all staphylococci, the prevalence increased to rates of the order of 50% in the second period, with a reduction in the third period evaluated. Likewise, the prevalence of resistant E. coli increased, reaching 14%. CONCLUSION: There was a modification of the bacterial population causing spontaneous bacterial peritonitis, with high frequency of gram-positive organisms, as well as an increase in the resistance to the traditionally recommended antibiotics. This study suggests a probable imminent inclusion of a drug against gram-positive organisms in the empiric treatment of spontaneous bacterial peritonitis.RESUMO CONTEXTO: A peritonite bacteriana espontânea é uma complicação séria em pacientes cirróticos e as alterações nas características microbiológicas relatadas nos últimos anos podem afetar a escolha do antibiótico utilizado no tratamento. OBJETIVO: Os objetivos do presente estudo são avaliar as mudanças na epidemiologia e perfil de resistência bacteriana dos germes causadores de peritonite bacteriana espontânea em três períodos diferentes ao longo de 17 anos. MÉTODOS: Todos os pacientes cirróticos com peritonite bacteriana espontânea e cultura positiva de fluido ascítico foram estudados retrospectivamente em um hospital de referência no Sul do Brasil. Foram avaliados três diferentes períodos selecionados de forma randômica: 1997-1998, 2002-2003 e 2014-2015. Os organismos infecciosos mais frequentes e a sensibilidade in vitro a antibióticos foram registados. RESULTADOS: No primeiro período (1997-1998) houve 33 casos; os mais comuns foram: E. coli em 13 (36,1%), Staphylococcus coagulase-negativo em 6 (16,7%), K. pneumoniae em 5 (13,9%), S. aureus em 4 (11,1%) e S. faecalis em 3 (8,3%). No segundo período (2002-2003), houve 43 casos, os mais frequentes foram: Staphylococus coagulase-negativo em 16 (35,5%), S. aureus em 8 (17,8%), E. coli em 7 (15,5%) e K. pneumoniae em 3 (6,7%). No terceiro período (2014-2015), houve 58 casos (sete com duas bactérias), os mais frequentes foram: E. coli em 15 (23,1%), S. viridans em 12 (18,5%), K. pneumoniae em 10 (15,4%) e E. faecium 5 (7,7%). Nenhum paciente estava usando profilaxia antibiótica. Quando considerados todos os estafilococos, a prevalência aumentou para taxas da ordem de 50% no segundo período, apresentando redução no terceiro período avaliado. Do mesmo modo, a prevalência de E coli resistente aumentou, chegando a 14%. CONCLUSÃO: Houve modificação da população bacteriana causadora de peritonite bacteriana espontânea, com alta frequência de organismos gram-positivos, bem como aumento da resistência aos antibióticos tradicionalmente recomendados. Este estudo sugere uma provável inclusão iminente de um medicamento contra organismos gram-positivos no tratamento empírico da peritonite bacteriana espontânea.
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ALMEIDA, P. R. L. de, LEÃO, G. S., GONÇALVES, C. D. G., PICON, R. V., & TOVO, C. V. (2018). IMPACT OF MICROBIOLOGICAL CHANGES ON SPONTANEOUS BACTERIAL PERITONITIS IN THREE DIFFERENT PERIODS OVER 17 YEARS. Arquivos de Gastroenterologia, 55(1), 23–27. https://doi.org/10.1590/s0004-2803.201800000-08
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