Agronegócio: geração de desigualdades sociais, impactos no modo de vida e novas necessidades de saúde nos trabalhadores rurais

  • Pessoa V
  • Rigotto R
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Abstract

O artigo abordaas necessidades de saúde dos trabalhadores rurais do agronegócio no Ceará, Brasil. O Estado tem adotado um modelo de produção centrado no monocultivo irrigado de frutas para exportação que tem gerado transformações no modo de vida das comunidades, principalmente dos trabalhadores rurais. A pesquisa é qualitativa, do tipo pesquisa-ação, realizada em 2010 na Chapada do Apodi com a participação de quatorze sujeitos: trabalhadores de uma equipe de saúde da família (médico, enfermeiro, agente comunitário de saúde, auxiliar de enfermagem), dois usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), auxiliar de serviços gerais, trabalhador rural do agronegócio, presidente da associação dos trabalhadores rurais, conselheira municipal de saúde, vereador, professora e dois representantes dos movimentos sociais. Para proceder à interpretação das falas, utilizou-se a análise do discurso, que evidenciou um contexto de vulnerabilidade socioambiental, com repercussões negativas sobre a produção, a saúde e o modo de vida. Apontou, também a insuficiente ação das políticas públicas no enfrentamento da exploração do trabalho, a contaminação ambiental e os problemas à saúde humana, como os causados pelos agrotóxicos. O contexto requer uma atuação do SUS no reconhecimento das necessidades de saúde dos trabalhadores rurais nos territórios locais.The present study investigated the healthcare needs of agribusiness rural workers in the state of Ceará, Northeastern Brazil. Focused on irrigated fruit monoculture for export, the production model of the region has brought about profound changes in communities, notably on rural workers' way of life. This qualitative study adopted action research methodology and was conducted in 2010, when 14 residents of Chapada do Apodi were interviewed. Among them, four were members of a Family Health Strategy team (a doctor, a nurse, a community health agent, and a nursing assistant), two users of the Unified Healthcare System (SUS), a janitor, a rural worker employed in the agribusiness, the president of the rural workers' association, a representative of the municipal health department, a town councilor, a teacher, and two participants of social movements. The results of discourse analysis revealed a situation of socio-environmental vulnerability with negative repercussions on production, health, and life style. It also showed that public policies against labor exploitation, environmental damage, and human health issues, such as pesticide intoxication, are not sufficiently enforced. This situation calls for SUS actions to recognize the healthcare needs of local rural workers.

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Pessoa, V. M., & Rigotto, R. M. (2012). Agronegócio: geração de desigualdades sociais, impactos no modo de vida e novas necessidades de saúde nos trabalhadores rurais. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 37(125), 65–77. https://doi.org/10.1590/s0303-76572012000100010

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