A educação escolar, em sua complexidade, pode ser enten-dida como ciência oriunda do estatuto das Ciências Humanas e Sociais no qual o sujeito e objeto aparentemente se fundem. As ciências podem afirmar a prioridade epistemológica da rea-lidade objetiva do cientista, isto é, a realidade a ser estudada existe objetivamente antes da intenção particular do pesqui-sador para estudá-la. Entretanto, em Educação, esta realidade estudada é cultural, assim como a do pesquisador que a estuda. Na dialética entre essas duas culturas, a do sujeito pesquisador e a do sujeito pesquisado, é que a complexidade se instaura e é sobre ela que se movimenta o trabalho de pesquisar. Portanto, qualquer que seja a abordagem de pesquisa, é a partir da dialé-tica entre pesquisador e sujeito-objeto que se inicia o processo, estabelece-se as relações com o contexto a ser pesquisado, desenvolve-se o trabalho de coleta de dados, processa-se as análises e se constrói o trabalho científico. O design de pesquisa a ser seguido é meramente uma esco-lha que o pesquisador exerce dentre as várias possíveis para teorizar o objeto que está examinando e, então, construir o conhecimento científico. A partir desta premissa, descrevo alguns tópicos que nos alertam sobre a abordagem de nossa escolha, que é a Etnografia. 1 Este texto foi proferido como conferência no IV Fórum de Investigação Qualitativa-III Painel Brasileiro/ Alemão de Pesquisa (2005), Juiz de Fora e parcialmente publicado na revista Educação em foco (2006).
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Mattos, C. L. G. de. (2011). Estudos etnográficos da educação: uma revisão de tendências no Brasil. In Etnografia e educação: conceitos e usos (pp. 253–48). EDUEPB. https://doi.org/10.7476/9788578791902.0002
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