Examina-se neste artigo a pertinência do diagnóstico diferencial entre psicoses endógenas e exógenas na psicopatologia fenomenológica. Após identificar os pressupostos dualistas que sustentam historicamente a distinção, o autor apresenta em linhas gerais como uma ontologia monista entende o tema das relações de conexão entre fenômenos. Para que se decifre a relação de conexão na psicopatologia fenomenológica é necessária a substituição da noção de causa ou de motivo – referentes a um dualismo latente – pela de origem. A origem, por sua vez, é determinada pelo sentido da estrutura da consciência. Assim, endogeneidade e exogeneidade passam a só poder ser definidas a partir da interioridade desta estrutura. Uma psicose classifica-se como endógena quando houver i. desestruturação da articulação primordial da estrutura, ii. impedimento da restauração dessa articulação e iii. autonomização de zonas parciais da estrutura. Por outro lado, todo fenômeno psicótico não agudo cuja origem se der fora da região de articulação primordial da estrutura da consciência com o mundo será exógeno. Os limites e intersecções destes diagnósticos também são examinados.
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Messas, G. P. (2013). Sentido e limites do diagnóstico diferencial entre psicoses endógenas e exógenas. Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, 2(1), 2–15. https://doi.org/10.37067/rpfc.v2i1.1026
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