Este trabalho procura revisar algumas observaçöes relatadas na literatura, referentes ao perímetro cefálico, como as técnicas antropométricas, as curvas de referência, a tendência secular, sua relaçäo com o crescimento cerebral, sua relaçäo com a desnutriçäo precoce, com o desenvolvimento neuromotor e com algumas patologias da idade adulta, resgatando a pertinência de usá-lo, näo só para avaliaçäo nos três (3) primeiros anos de vida, mas, também, em idades posteriores, como indicador de agravos nutricionais no início da vida. Os autores descrevem as características do crescimento cerebral, que diferentemente de outras partes do corpo, tem 83,6 por cento de seu crescimento completado dentro do primeiro (1º) ano de vida. Assim sendo, o perímetro cefálico (P.C.) é uma medida antropométrica que pode fornecer dados sobre a nutriçäo ocorrida nos dois (2) primeiros anos de vida. Assinalando os períodos de maior vulnerabilidade do cérebro humano, e os insultos nutricionais, apontam as evidências das seqüelas da desnutriçäo precoce para o cérebro, como a reduçäo da massa cerebral, reduçäo do número de células gliais, de células granulosas cerebelares, de Purkinje e do tamanho da redes, dos padröes de ramificaçäo e do número de sinapses. Apresentam estudos realizados em populaçöes que sofreram desnutriçäo nos dois (2) primeiros anos de vida e que mostram prejuízo no potencial para o desenvolvimento neuromotor, que é agravado ou minimizado pelas condiçöes ambientais. Estudos recentes sugerem que a desnutriçäo precoce está correlacionada com o aumento das doenças cardiovasculares na idade adulta, conseqüente aos mecanismos de adaptaçäo da gestante e do lactente à situaçäo nutricional. O perímetro cefálico menor também é fator de risco para a instalaçäo mais precoce e gravidade da doença de Alzheimer, em adultos predispostos. Os autores recomendam que a medida do perímetro cefálico conste em estudos de avaliaçäo de saúde e nutriçäo populacionais, ao lado de outras medidas antropométricas comumente usadas.
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Macchiaverni, L. M. L., & Barros Filho, A. A. (1998). PERÍMETRO CEFÁLICO: POR QUE MEDIR SEMPRE. Medicina (Ribeirao Preto. Online), 31(4), 595. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v31i4p595-609
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