A atenção básica de saúde, impulsionada pela estratégia da saúde da família, tem o grande desafio de incorporar de ações de enfrentamento às situações de violência e problemas de saúde mental. O trabalho analisou a atenção prestada a 411 crian- ças de cinco a onze anos em uma UBS na cidade de São Paulo. Os dados clínicos foram comparados com um inventário de sintomas padronizados Child Beha- vior Checklist (CBCL). Entrevistas semi-estrutura- das foram aplicadas complementarmente em pedia- tras. O trabalho mostra que os pediatras têm baixa capacidade de reconhecer problemas de saúde men- tal em crianças. Os principais fatores relacionados a este baixo desempenho foram: deficiência na forma- ção, carência de possibilidade de atuação concreta frente à queixa ou hipótese diagnóstica. O processo de reorganização do trabalho na atenção básica de- veria contemplar a oferta de apoio técnico específico em saúde mental, propiciando a incorporação de tec- nologias de intervenção mais apropriadas, como aco- lhimento e escuta qualificada. A incorporação dos aspectos psicossociais na prática cotidiana da aten- ção básica possibilitará a ampliação do conceito saú- de-doença e abrirá caminho para a abordagem das situações de violência às crianças atendidas na rede básica de serviços de saúde do SUS.
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Tanaka, O. Y. (2006). Caminhos alternativos para a institucionalização da avaliação em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 11(3), 571–572. https://doi.org/10.1590/s1413-81232006000300006
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