A confiança deve ser considerada um fator fundamental na gestão do ambiente organizacional, por se tratar de um mecanismo a partir do qual os atores sociais reduzem a complexidade interna do seu sistema de interação pela crença na credibilidade de uma pessoa ou sistema (GIDDENS, 1991). O presente artigo objetiva investigar como as variáveis que retratam a percepção dos funcionários sobre confiança se manifestam no clima organizacional em diversas organizações no Brasil. O referencial teórico parte da definição conceitual geral de confiança, a partir de autores clássicos como: Luhmann (1979), Giddens (1991) e Fukuyama (1996). Posteriormente são discutidos os conceitos de confiança organizacional e interpessoal, com base nos estudos de autores como: Mayer et al. (1995), Cummings e Bromiley (1996), Costa (2000), Lundasen (2002). Na sequência é apresentado um levantamento da publicação brasileira sobre o tema confiança, a fim de identificar se o assunto tem sido vinculado a clima organizacional. Apresenta-se por fim, o conceito de clima e alguns modelos de estudos de ambiente organizacional, enfocando principalmente aqueles que trazem confiança como uma dimensão. A pesquisa pode ser caracterizada quanto a sua natureza com quantitativa, quanto ao seu objetivo como descritiva, e, a coleta de dados foi desenvolvida com base na metodologia survey. O questionário utilizado foi validado por Veloso et al (2007). A coleta de dados ocorreu no período de abril a maio de 2010, sendo que a amostra das empresas deu-se por conveniência, ou seja, aquelas que se candidataram a participar da pesquisa, em número de 481 empresas. Destas foram pesquisados 139.230 funcionários, sendo que esta amostra se caracteriza como probabilística estratificada, proporcional, por sexo, utilizando a seleção randômica. Foram realizados testes de normalidade dos dados (Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilks), bem como avaliada a consistência interna do instrumento e das diferentes dimensões de clima por meio do alfa de cronbach, obtendo um resultado considerado alto sem a exclusão de nenhum item. Para identificar os escores das diferentes dimensões como confiança e de clima geral, bem como compará-los foram desenvolvidos testes de média. Também foi desenvolvido o teste de correlação de Spearman para verificar a associação entre as dimensões. Entre os principais resultados destacam-se: testes de correlação indicaram correlação positiva forte entre as dimensões de clima, isto significa que a percepção de confiança interfere no resultado das outras categorias de forma, que, se uma categoria aumenta as demais também tendem a melhorar seu escore e assim melhora o resultado geral. Entre as organizações pesquisadas foi verificado um resultado positivo em relação ao indicador geral de clima, bem como ao de confiança. Detalhando os resultados das assertivas a respeito da confiança verificou-se que a confiança organizacional, apresenta maiores índices de concordância que a interpessoal, entretanto ambas ser consideradas positivas, pois o nível de concordância é maior que 50% para os dois aspectos.
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Andrade, S. M. de, Fischer, A. L., & Stefano, S. R. (2015). Confiança organizacional e interpessoal como uma dimensão de clima organizacional. BASE - Revista de Administração e Contabilidade Da Unisinos, 12(2). https://doi.org/10.4013/base.2015.122.06
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