A doença de Lyme é a patologia transmitida pela mordedura de carraça com maior incidência na Europa e na América do Norte. As alterações climáticas parecem estar a modificar a sua distribuição geográfica, com expansão das áreas endémicas. Em simultâneo, o crescente conhecimento desta doença tem permitido a identificação de um maior número de casos. A maioria dos indivíduos recorre à consulta de Dermatologia após uma mordedura de carraça ou com lesões compatíveis com eritema migrans. Outras manifestações cutâneas da doença de Lyme, como o linfocitoma borreliano e a acrodermatite crónica atrófica, são raras e pouco observadas na prática clínica.Perante uma mordedura de carraça deve ser efetuada a sua remoção e vigilância clínica por um período de 30 dias, não estando recomendada a utilização de terapêutica profilática em países europeus. A promoção de medidas preventivas como a utilização de vestuário adequado em áreas endémicas é fundamental. O diagnóstico de eritema migrans é clínico e a terapêutica antibiótica de primeira linha é doxicilina, verificando-se taxas de eficácia elevadas.Nas formas de apresentação cutânea mais raras, os estudos serológicos são essenciais para o diagnóstico e o exame histopatológico tem um papel importante. A terapêutica precoce está associada a uma melhoria clínica mais rápida e significativa, com menos sequelas a longo prazo.
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Garrido, P. M., & Borges-Costa, J. (2018). Doença de Lyme: Epidemiologia e Manifestações Clínicas Cutâneas. Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology, 76(2), 169–176. https://doi.org/10.29021/spdv.76.2.907
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