Neste artigo, buscamos compreender como a experiência colonial contemporânea foi absolutamente necessária para a construção e o desenvolvimento do pensamento e das estruturas político-sociais no Ocidente. Para tanto, recorremos à tríade história – colonialismo – epistemologia para mapear as intrínsecas relações entre o conhecimento e o poder e como tais relações forjaram uma epistemologia que foi utilizada para impor a violência e justificar os abusos cometidos em solo colonial. Partimos, para tanto, da experiência e do pensamento de Aimé Césaire e Frantz Fanon. Ambos expuseram os problemas derivados da relação entre colonos, colonizados e mundo colonial chegando ao ponto de expor uma realidade apartada dos desenvolvimentos históricos do Ocidente. Desse modo, não foram poucas as chamadas de ambos os autores para a total reintegração do sujeito colonial. Nessa busca por reintegração descortina-se a epistemologia ocidentalizada dominante e as críticas iniciadas por ambos os autores a um fazer histórico e filosófico mais descolonizado e, portanto, mais próximo à realidade vivida no sul global.
CITATION STYLE
Stadler, T. D., & Krachenski, N. (2019). História, colonialismo, epistemologia: Aimé Césaire, Frantz Fanon e o pensamento decolonial. Revista Estudos Libertários, 1(1), 36–48. https://doi.org/10.59488/rel.v1i1.20633
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.