A partir de entrevistas com profissionais de um hospital do Rio de Janeiro, avaliamos um conjunto de pressupostos, estratégias, preocupações e racionalidades dos profissionais que produzem mensagens impressas sobre doenças infecciosas. A maioria das produções revelou-se presa a uma lógica linear de comunicação, que pressupõe que a mensagem transmitida geraria um único e só efeito. A comunicação visual é tida como campo de conhecimento que o médico não "domina" mas no qual deposita expectativas, principalmente quando afirma os limites da linguagem escrita frente à clientela não alfabetizada. As preocupações mais freqüentes recaem sobre a "adequação da linguagem" (função denotativa e não semântica da linguagem) e sobre o aumento da "divulgação". As produções de impressos surgem atreladas à experiência profissional do atendimento, mas a inexistência de pesquisas prévias à produção, resulta em simplificações e generalizações sobre as dúvidas e questionamentos mais comuns do paciente, reforçando o estereótipo da clientela a partir de suas carências e necessidades. A interação com a clientela aparece, como exceção, em apenas duas das produções em análise, e amplia a relação dos profissionais com os valores e decisões tomadas em contextos sócio-culturais distintos.Based on interviews in a hospital in Rio de Janeiro, the authors analyze strategies, interests, assumptions, and concerns among producers of patient information leaflets on infectious diseases. Most such publications followed a linear communications model, according to which health messages produce a sole and single effect on their audience. Visual communications are seen as a field of knowledge over which physicians have no "command", but which raises great expectations on their part, principally in light of the limits of written language for an illiterate patient population. The most frequent concerns relate to the "adequacy of the language" (a denotative, non-semantic function of language) and on the increase in "dissemination". Leaflets are generally linked to the professional experience of providing health care, but the lack of pertinent research prior to the production of such publications leads to simplifications and generalizations concerning the patients' most common doubts and questions, reinforcing the stereotyping of the clientele based on their lacks and needs. In two exceptional leaflets, interaction with the clientele appears and expands the relationship between the health care professionals and the values and decisions made in distinct sociocultural contexts.
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Rozemberg, B., Silva, A. P. P. da, & Vasconcellos-Silva, P. R. (2002). Impressos hospitalares e a dinâmica de construção de seus sentidos: o ponto de vista dos profissionais de saúde. Cadernos de Saúde Pública, 18(6), 1685–1694. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2002000600023
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