O estudo buscou conhecer a percepção de servidores públicos com deficiência em relação a seu contexto laboral e a qualidade de vida no trabalho, sob a perspectiva da inclusão e da ergonomia da atividade. Foram realizadas 25 entrevistas semiestruturadas e os dados submetidos à análise léxica do discurso, com suporte do software IRaMuTeQ. Verificou-se a coexistência de representações de bem-estar e mal-estar, com certa predominância de representações de bem-estar. Observa-se bem-estar quando a organização do trabalho permite certo grau de autonomia, liberdade e flexibilidade, quando as relações socioprofissionais são harmoniosas, quando há espaço de fala e deliberação, quando existem oportunidades de crescimento profissional, aprendizagem e reconhecimento, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e quando a chefia oferece suporte e promove a inclusão. O mal-estar se manifesta quando há falta de condições de trabalho, sobrecarga de tarefas, pressão por prazos, desconsideração às necessidades individuais, falta de espaço de diálogo. Em relação a aspectos relacionados à deficiência, os mais críticos foram a percepção de falta de oportunidades de ascensão pelos servidores cegos e pelos servidores com jornada especial reduzida. O estudo forneceu pistas para novas investigações e subsídios aos gestores para mudanças organizacionais no contexto pesquisado.
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De Souza, J. W., & Ferreira, M. C. (2019). Avaliação do contexto laboral e a qualidade de vida no trabalho de servidores públicos com deficiência. Trabalho (En)Cena, 4(1). https://doi.org/10.20873/2526-1487v4n1p176
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