A sistemática filogenética, método de reconstrução de árvores evolutivas criado por Willi Hennig em 1955 e ampliado em 1966, é frequentemente considerada um novo paradigma que revolucionou as clas- sificações biológicas quando comparado às escolas de sistemática anteriores, como a taxonomia evolutiva. Tal abordagem da história da sistemática é baseada principalmente na visão de Kuhn sobre o progresso do conhecimento científico. No entanto, podemos questionar a validade desse status revolucionário – na visão kuhniana – atribuído à filogenética hennigiana. Aqui, discutimos os atributos compartilhados pela sistemática filogenética e taxonomia evolutiva, ambas profundamente relacionadas à teoria evolutiva de Darwin-Wallace, e porque o método de Hennig é de fato um desenvolvimento da proposta para as classi- ficações biológicas de Mayr e Simpson, explícita na teoria sintética da evolução dos anos 1930 e 1940. Nesse sentido, elas ajustam-se à visão popperiana de “seleção natural” das hipóteses científicas. Mais ainda, a sistemática filogenética é um método científico robusto e objetivo, características que lhe per- mitem “sobreviver” na luta pela existência com outras escolas de sistemática.
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Santos, C. M. D., & Klassa, B. (2012). Sistemática filogenética hennigiana: revolução ou mudança no interior de um paradigma? Scientiae Studia, 10(3), 593–612. https://doi.org/10.1590/s1678-31662012000300008
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