Com base nos Estudos de Gênero de vertente pós-estruturalista, o objetivo deste artigo é investigar como os discursos científicos-biológicos têm sido apropriados pelo fundamentalismo religioso nas mídias sociais para a produção de violência e exclusão das sexualidades e gêneros dissidentes. A partir de enunciados extraídos do Twitter de personalidades influentes no cenário fundamentalista brasileiro, propõe-se a discussão do seguinte problema: quais os pontos de continuidade e descontinuidade entre os discursos científicos-biológicos e os discursos fundamentalistas religiosos para a legitimação dos discursos de ódio contra as sexualidades e gêneros dissidentes? O problema elencado abre espaço para discutir os efeitos da apropriação de elementos científicos-biológicos nos discursos fundamentalistas religiosos, como a reafirmação das terapias de reorientação sexual na contemporaneidade. Além disso, permite a problematização de enunciados que operam como “proteção” à família nuclear, que alavancam a “Ideologia de Gênero”, incidindo nas políticas públicas para a diversidade sexual e de gênero e, de modo especial, nas políticas do campo da educação.
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Pereira, T. T., & Sierra, J. C. (2019). QUANDO CIÊNCIA E FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO SE ENCONTRAM: ESTRATÉGIAS PARA A PRODUÇÃO DE ÓDIO CONTRA AS SEXUALIDADES E GÊNEROS DISSIDENTES E SEUS EFEITOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS. Revista Prâksis, 2, 244. https://doi.org/10.25112/rpr.v2i0.1890
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