O relacionamento das crianças com a mídia e com a cultura do consumidor vem se tornando, nesta última década, um foco de atenção e de debate. As crianças ganharam mais e mais importância não apenas como um mercado em si, mas também como um meio de atingir os mercados dos adultos; e em paralelo, um número crescente de comentadores critica a aparente ‘comercialização’ da infância, demandando uma mais rígida regulamentação do marketing direcionado às crianças. Este estudo busca contestar os termos em que a questão social do consumo das crianças é tipicamente apresentada e compreendida, e a visão sentimental da infância que tende a informar esse debate. Este estudo argumenta que precisamos ter uma visão mais ampla da atividade comercial, indo para além da propaganda ou do marketing; e que precisamos entender o consumo infantil em relação ao consumo dos pais, e também da sociedade em um âmbito maior. No tocante a este aspecto, este estudo destaca especialmente o papel da mídia, que está sempre mudando, e contesta alguns dos relatos mais otimistas sobre o uso da mídia digital pelos jovens, além de considerar as dimensões comerciais de formas tais como as redes sociais (social networking) e as tecnologias móveis. Finalmente, argumenta que precisamos olhar para além das conhecidas dicotomias entre estrutura e atuação que ainda caracterizam o debate público e acadêmico nesta área.
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Buckingham, D. (2012). Repensando a Criança-consumidora: Novas Práticas, Novos Paradigmas. Comunicação Mídia e Consumo, 9(25), 43–72. https://doi.org/10.18568/cmc.v9i25.311
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