ABSTRACT Introduction: This article propose to connect two research agendas on political behavior: studies on political tolerance and research on partisanship. Search, by connecting these two agendas, to assess the extent to which parties have become targets of political intolerance and thereby to assess the intensity of negative attitudes towards this central institution of democracy. Studies on partisanship conflicts in Brazil have focused on the antagonism opposing petismo and antipetismo. However, the 2018 elections have shown that Brazilians also adopt other forms of antipartisanship. Changes in patterns of political and electoral behavior in recent years can only be properly understood if we consider variation over time in the intensity and scope of antipartisan sentiment. We propose a typology where antipartisanship may be moderate or radical and may have a narrower or broader target. This theme is significant not only for interpreting Brazil’s current political context, but also for deepening understanding of theoretical and analytical questions. Our understanding is that these different types of antipartisanship are distinct phenomena with different effects. Materials and Methods: The data we use to construct the proposed typology and analyze the range and intensity of antipartisanship are derived from an unprecedented Latin America Public Opinion Project initiative to measure political tolerance in Brazil, in its 2017 edition. Our methodology combine variables of disaffection and political intolerance to construct different voter profiles, based on respondent’s attitudes towards unpopular groups, including political parties. After constructing the typology, we propose regression models to estimate the effects of each type on several attitudes, like support to democracy and institutional trust. Results: Our findings show a relationship between the most extreme types of antipartisanship and attitudes towards democracy. Compared with non-antipartisan voters, intolerant antipartisan are less supportive of democracy and democratic institutions and less favorable to freedom of expression and the granting of political rights to minorities. The intensity of antipartisanship matters more than its scope, since the models show that, there is little difference in the degree of commitment to democracy and democratic principles between the two types of intolerant antipartisans, regardless of the scope of the target of their disapproval. This means that attitudes toward democracy, democratic institutions, and democratic principles depend less on the scope antipartisanship, than on political intolerance towards these groups. Discussion: The data and results presented here indicate that antipartisanship is not a one-dimensional phenomenon. The individual is not merely antipartisan or non-antipartisan. We show that antipartisanship contains at least two dimensions: its scope and intensity. Previous studies have already shown the existence of different expressions of antipartisanship, but this diversity has not yet been systematically explored using a well-defined typology. Our work points to this research agenda.RESUMO Introdução: Este artigo se propõe a articular duas agendas de pesquisa sobre comportamento político: estudos sobre tolerância política e partidarismo. Busca, ao conectar essas duas agendas, avaliar em que medida os partidos se tornaram alvos de intolerância política e, assim, avaliar a intensidade de sentimentos ou atitudes negativas em relação a essas instituições centrais da democracia. Estudos sobre conflitos entre partidários no Brasil têm enfocado no antagonismo entre petismo e antipetismo. No entanto, as eleições de 2018 mostraram que os brasileiros também adotam outras formas de antipartidarismo. Mudanças nos padrões de comportamento político e eleitoral nos últimos anos só podem ser adequadamente compreendidas se considerarmos a variação ao longo do tempo na intensidade e no escopo do sentimento antipartidário. Propomos uma tipologia onde o antipartidarismo pode ser moderado ou radical e pode ter um alvo mais restrito ou mais amplo. Esse tema é significativo não apenas para interpretar o contexto político atual do Brasil, mas também para aprofundar a compreensão de questões teóricas e analíticas. Nosso entendimento é que esses diferentes tipos de antipartidarismo são fenômenos distintos com efeitos diferentes. Materiais e métodos: Os dados que usamos para construir a tipologia proposta e analisar o alcance e a intensidade do antipartidarismo são derivados de uma iniciativa inédita do Projeto de Opinião Pública da América Latina para medir a tolerância política no Brasil, em sua edição de 2017. Nossa metodologia combina variáveis de insatisfação e intolerância política para construir diferentes perfis de eleitores, com base nas atitudes dos entrevistados em relação a grupos impopulares, incluindo partidos políticos. Após a construção da tipologia, propomos modelos de regressão para estimar os efeitos de cada tipo em diversas atitudes, como apoio à democracia e confiança institucional. Resultados: Nossos resultados mostram uma relação entre os tipos mais extremos de antipartidarismo e as atitudes em relação à democracia. Em comparação com os eleitores não antipartidários, os antipartidários intolerantes apoiam menos a democracia e as instituições democráticas e são menos favoráveis à liberdade de expressão e à concessão de direitos políticos às minorias. A intensidade do antipartidarismo importa mais do que o seu alcance, pois os modelos mostram que, há pouca diferença no grau de compromisso com a democracia e os princípios democráticos entre os dois tipos de antipartidários intolerantes, independentemente da abrangência do alvo de sua reprovação. Isso significa que as atitudes em relação à democracia, às instituições democráticas e aos princípios democráticos dependem menos da abrangência do alvo da desafeição do que da intolerância política em relação aos grupos. Discussão: Os dados e resultados aqui apresentados indicam que o antipartidarismo não é um fenômeno unidimensional. O indivíduo não é apenas antipartidário ou não antipartidário. Mostramos que o antipartidarismo contém pelo menos duas dimensões: seu alcance e intensidade. Estudos anteriores já mostraram a existência de diferentes expressões de antipartidarismo, mas essa diversidade ainda não foi explorada sistematicamente com uma tipologia bem definida. Nosso trabalho aponta para uma agenda de pesquisas a partir dessa temática.
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Fuks, M., Ribeiro, E., & Borba, J. (2020). Antipartisanship and political tolerance in Brazil. Revista de Sociologia e Política, 28(76). https://doi.org/10.1590/1678-987320287609
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